Dr. da Estética Maykon Menezes

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estação ferroviária de Caruaru, PE, é parada do São João multicultural Local abriga cidade cenográfica com várias atrações para os visitantes. Quadrilhas, trios de forró, bandas de pífano e artesanato são as atrações.


Até meados dos anos 90, a estação ferroviária de Caruaru, em pleno funcionamento, era um local que concentrava o vai e vem apressado das pessoas, que ficavam paradas lá apenas para esperar o próximo trem. Hoje, o símbolo histórico atrai gente que passa horas vendo o aglomerado cultural, durante o período junino. Em meio à cidade cenográfica, montada no local, há muito o que se ver. O polo tem exposições, palhoça de forró e quadrilha, apresentações de repentistas e declamadores, cinema, teatro infantil, além dos famosos personagens juninos que interagem com os forrozeiros.
A proposta do polo é manter viva a tradição cultural junina de Pernambuco. Tudo foi montado para que a população tenha entretenimento e, ao mesmo tempo, aprenda sobre a história local. “Dessa forma, dividimos o São João de Caruaru, basicamente, em shows musicais e arte cultural. Quem não quiser ficar no pátio de eventos Luiz Gonzaga – principal polo junino – pode visitar a estação ferroviária, que concentra dezenas de atividades e exposições”, resumiu o presidente da Fundação de Cultura de Caruaru, José Pereira.
Durante a noite de sexta-feira (15), o G1 visitou o local. Tudo começou com uma parada no palco, onde repentistas, declamadores e violeiros improvisam para um público saudosista. “É lindo de se ver. Me lembra festa antigas, quando o povo dava mais valor ao tocador de viola. Me dá saudade”, recorda a aposentada Maria de Fátima dos tempos em que essas cantorias existiam nos sítios.

O coordenador do evento, Hérlon Cavalcanti, disse que o polo funciona há quatro anos. “Trata-se do melhor da cantoria de improviso, que ainda inclui emboladores, cordelistas e contadores de histórias. É um local muito importante, principalmente para as pessoas da zona rural, que inclusive organizam caravanas para prestigiar”.
Bio do Pife (Foto: Thomás Alves / TV Asa Branca)Bio do Pife se gaba de fumar e tocar pífano.
(Foto: Thomás Alves / TV Asa Branca)
Seguindo o passeio, é fácil encontrar com as tradicionais bandas de pife - instrumento adaptado parecido com as flautas europeias. O público abre espaço para que Bio do Pífano passe com o seu grupo. O senhor, que há 51 anos toca o instrumento, se garante no que faz e diz que desafia qualquer músico do gênero. “O tocador de pife bom é aquele que, além de soprar a flauta, chupa limão e fuma cigarro, ao mesmo tempo. Eu sou o único”, disse o simpático e irreverente músico. Durante as apresentações na estação ferroviária, ele comprovou o que disse. Enquanto tocava pife, manteve o cigarro no nariz sem derrubar. Bil também mantém a tradição de músico passada por gerações. “Eu toco há 51 anos e aprendi com meu pai, que aprendeu com meu avô. Para mim, é a maior alegria do mundo. É felicidade, somente”, confessou.
Artesanato  (Foto: Thomás Alves / TV Asa Branca)Artesanato com material reciclado chama atenção.
(Foto: Thomás Alves / TV Asa Branca)
Outro atrativo são as exposições. Uma delas fica no salão de artesanato. O local é uma mostra de artistas regionais. O público tem a oportunidade de conferir os conhecidos bonecos de barro do Alto do Moura, além de quadros. Uma das peças que chama bastante atenção é o sanfoneiro feito por Marcelo de Oliveira. Ele juntou peças de ferro velho, como correntes de motocicleta, vidro e lanterna, e produziu figuras contemporâneas. O estande dele é um dos que chama mais atenção.
Também na estação ferroviária funciona a mostra “Baixio dos Doidos”, que mostra o lado pop de Luiz Gonzaga. As obras são expostas em 10 contêineres, que contam a história do rei do baião, através de uma perspectiva inédita. O objetivo é mostrar a influência universal de Luiz Gonzaga. Para isso, músicos como Arnaldo Antunes, Otto, Jorge Du Peixe e Dominguinhos ajudaram criando novas roupagens para músicas consagradas de Gonzaga.
Estação Ferroviária de Caruaru (Foto: Thomás Alves / TV Asa Branca)Vista geral da Estação Ferroviária de Caruaru.
(Foto: Thomás Alves / TV Asa Branca)
A cidade cenográfica, que abriga todos esses eventos, ainda reserva um local voltado para crianças. O teatro de mamulengos é o lugar preferido dos pequenos. Além dos espetáculos, algodão doce e pipoca são somados à diversão. O público que gosta de rock também tem espaço garantido no São João de Caruaru. No galpão de artes, as bandas alternativas são a opção para aqueles que não gostam apenas do passo ‘dois pra lá e dois pra cá’.
O palhoção montado para as apresentações das quadrilhas também atrai o público. É no local onde são realizadas disputas entre grupos de todo o estado. Outra opção de palhoça é a que abriga as apresentações de trios pé-de-serra. A proposta é reservar um local para manter viva a tradição da clássica formação. O casal Lívia e Marcos Monteiro aprovou. “Enquanto o show acontece lá no pátio de eventos, nós estamos aqui chamegando. E esse chamego eu não troco por nenhuma outra banda”, afirma Marcos.

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